Minhas Adoráveis Ex-Namoradas

Connor é um fotógrafo de celebridades que desfruta da vida de solteiro com várias mulheres. Às vésperas do casamento do seu irmão, Connor recebe a visita dos espíritos de suas amantes rejeitadas, que o levam para uma odisseia através de seus fracassados relacionamentos para descobrir o motivo de Connor ser um mulherengo. Se houver alguma esperança, ele poderá encontrar um verdadeiro amor.

Opinião Pública sobre Minhas Adoráveis Ex-Namoradas

O que acontece quando Hollywood se casa com Charles Dickens, aquele maluco escritor de comédias românticas do século 19, com Matthew McConaughey, aquele maluco tocador de bongô nu? Para começar, as grandes expectativas devem ser contidas. O resultado não é tão bom quanto deveria ser… mas também não é tão ruim quanto poderia ter sido. A ideia por trás de Ghosts of Girlfriends Past é no mínimo intrigante: pegar uma comédia romântica padrão e sobrepô-la com um clássico popular (algo que acontece regularmente com Shakespeare). Os elementos de Dickens elevam Ghosts of Girlfriends Past acima do nível da fórmula pura; infelizmente, a presença de McConaughey em modo totalmente desprezível torna difícil gostar do Scrooge deste filme, mesmo depois de sua redenção ocorrer.

Não é Natal e “Scrooge” se chama Connor Mead (sobrenome provavelmente em homenagem à sua velha bebida alcoólica). Connor é o melhor mulherengo do tipo ame-as e deixe-as. Ele é tão indiscriminado quanto parece, fazendo sexo com qualquer pessoa que possua vagina, mas nunca fica por mais um momento do que o necessário. Nada de abraços e principalmente de conchinhas (“garfo é muito mais gostoso”). Apesar de ter uma oposição quase evangélica ao casamento, Connor compareceu às núpcias de seu irmão mais novo, Paul (Breckin Meyer), que está prestes a se casar com Bridezilla Sandra (Lacey Chabert). Também faz parte da festa de casamento um rosto do passado de Connor: seu Único Amor Verdadeiro, Jenny (Jennifer Garner). Claro, Connor há muito reprimiu seus sentimentos por Jenny e os dois passam o tempo juntos lançando insultos um ao outro. Mas Connor terá um rude despertar. Na noite anterior ao casamento, ele é visitado por quatro fantasmas. Primeiro vem o tio Wayne (Michael Douglas), ex-parceiro de mulherengo de Connor, que chega para preparar o sobrinho para o que está por vir. O próximo visitante é o Fantasma das Amigas Passadas (Emma Stone), que leva Connor em uma viagem nostálgica pela Memory Lane. Depois, há o Fantasma das Namoradas Presentes (Noureen DeWulf), que deixa Connor saber que nem tudo é o que parece. Por fim, há o mudo Fantasma das Namoradas do Futuro (Olga Maliouk), que aponta muito e mostra a Connor algumas coisas feias, como sua lápide e Jenny casada com outro cara.

Fantasmas de namoradas passadas não inova, mas pelo menos adiciona um pouco de sabor à base obsoleta de velhas chamas que se reconectam quando um percebe seus verdadeiros sentimentos pelo outro. O roteiro, com desculpas (espera-se) a Dickens, e creditado à dupla Jon Lucas e Scott Moore, inclui linhas nítidas o suficiente para evitar que se torne muito sentimental. O Fantasma das Namoradas Passadas quebra a quarta parede ao apresentar uma montagem definida como “Time After Time”. Tanto Anne Archer quanto Michael Douglas têm diálogos para saborear. E o filme tem o prazer de fazer uma referência direta a “A Christmas Carol” depois que Connor acorda de sua noite de visitas fantasmagóricas.

O problema é McConaughey, que é tão romântico quanto Alistair Sim. Por alguma razão, o ator ganhou a reputação de ser um protagonista eficaz de comédias românticas, mas muitas vezes parece mais assustador do que carismático. Ele está bem interpretando o desagradável Scrooge, mas as cenas em que ele namora Jennifer Garner não são cativantes. McConaughey não consegue a transformação de Connor; o clímax do filme parece superficial e pouco convincente. No nível intelectual, como já vimos esse tipo de filme muitas vezes, entendemos que deveríamos torcer para que Connor e Jenny tenham seu momento de “felizes para sempre”, mas McConaughey estraga tudo. Praticamente a única coisa que pode ser dita a favor da dupla é que Jennifer Garner evidencia mais personalidade do que Kate Hudson (a mais conhecida parceira de comédia romântica de McConaughey), então suas cenas não são vazios emocionais completos.

Ghosts of Girlfriends Past está sendo usado como contraprogramação para o Wolverine , cheio de testosterona , e sem dúvida encontrará o favor de seu público-alvo (pelo menos aqueles que não se incomodam com o ator principal, que divide as espectadoras ao meio em termos do seu apelo). O roteiro é mais inteligente e mais focado do que o da comédia romântica do início do verão do ano passado, Made of Honor , mas ainda assim carece do tipo de química forte e que chama a atenção que eleva um filme desse gênero de uma diversão aceitável a uma fonte duradoura de entretenimento. Quanto ao elemento Dickens, o filme carece do tipo de piada interna que tornaria esta experiência gratificante. Ele pega emprestado o esqueleto de “A Christmas Carol”, mas o resto é uma invenção do diretor Mark Waters e seus roteiristas, e a carne nos ossos não satisfaz como deveria. Tempos difíceis para os amantes da comédia romântica, de fato.

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